quarta-feira, 8 de junho de 2011

Acabou a novela do Ministro, a do banqueiro continua.


Dilma inova mais uma vez em sua produção.
A primeira sem dúvida foi a própria eleição para Presidência da República. Desta vez, seu feito merece atenção por dupla com sua nova Ministra-chefe da casa Civil em substituição ao malogrado Palocci. A oposição já faz coro de repúdio à falta de experiência e o tecnicismo da nova "gerente" da pasta. Ora, foi essa mesma arma que eles apontaram para a então candidata Dilma durante sua campanha. Pois bem, ela está mais uma vez a desafiá-los. Ainda não sei se o desafio será mesmo a convivência com a técnica inexperiente na política ou o fato de esses senhores terem a partir de agora que se reportar a uma mulher extremamente feminina, ao ponto de ostentar uma face botomizada e um nariz que tem tudo para ter sido retocado cirurgicamente. Isto não é comum entre as mulheres de nossa política, tão desleixadas e "masculinizadas" em suas aparências. 
À sombra da queda do Palocci, o STJ sentiu-se à vontade para anular as provas obtidas pela operação SATIAGRAHA da qual é reu o famigerado banqueiro DANIEL DANTAS. O autor do voto de desempate, Ministro Jorge Mussi descarregou sua veia poética ao chamar de "volúpia desenfreada" a construção do "arremedo de provas" também em suas palavras e apelou para um possível ataque fatal à constituição Federal. O que os senhores de capas pretas não deixam claro para os mortais é qual a utilidade de um serviço de inteligência (ABIN) se este não tem autonomia para investigar e se todos os esforços de seus agentes podem ser invalidado por uma "canetada"? Essa novela terminará no outro ninho e seu desfecho ficará por conta das rapinas do STF.
O dono do banco OPPORTUNITY terá encontrado o homem certo para arquivar seu caso? Os brasileiros esperam sinceramente que tal qual a novela global das 21h (Insensato Coração), Este Cortez (vivido pelo Herson Capri) tenha em seu encalço auxiliares tão ambiciosos quanto  Henrique e Leonardo (respectivamente, Ricardo Pereira e Gabriel Braga Nunes). Este último irá colocá-lo atrás das grades para apropriar-se de sua fortuna.

Infelizmente a vida é uma novela bem diferente das globais.

Fontes:
http://www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=5732466

terça-feira, 7 de junho de 2011

A hipocrisia da República.

O passado do Ministro-chefe da casa civil Antonio Palocci já seria o bastante para que ele não fosse nomeado para o cargo. Os fatos que o derrubaram do Ministério do Planejamento do então presidente Luís Inácio Lula da Silva, o descredenciariam para assumir qualquer cargo público. Sim, o descredenciariam. O verbo está no condicional: Se o Brasil fosse um país sério.
Decididamente este não é um país sério. Não quando se fala em gestão da "coisa pública" como assim se denomina sua forma de governo. Seus governantes ainda gerem a "coisa pública" como se fossem proprietários. Nomeiam quem bem entendem para fazer o que bem quiserem. É uma verdadeira casa da mãe Joana, talvez da mãe Chica também.
Entretanto, se o Ministro Palocci não detem a mais idônea das personalidades no âmbito político, não se pode dizer que exista alguém de reputação ilibada e de intenções inquestionáveis, tanto no senado, quanto na câmara ou em qualquer dos outros poderes. E, infelizmente isto não é mera conjectura.
A julgar pelos bastidores das últimas eleições e dos mecanismos de financiamento das campanhas eleitorais, seria demais exigir desses senhores que fossem exemplos de honestidade e que trabalhassem pelo bem comum. Pelo bem de toda sociedade brasileira. A matemática é simples e se pode fazer sem qualquer ajuda eletrônica.
A atual presidente eleita, previu um gasto em sua campanha na ordem de 185 milhões de reais, possuidora de um patrimônio declarado de apenas 1 milhão. Todos sabem que uma campanha política é um negócio de risco. Um presidente da república em todo seu mandato não perceberá mais do que 1 milhão de reais, então quem seria ousado o suficiente para tal aposta?
Aí entram os financiadores "altruístas". São grandes empresas que querem o "bem do país". Bancam toda a campanha e depois de eleito seu "escolhido" deixam-no governar em paz.
Bonzinhos esses senhores capitalistas, não?
Vejam que isto não é um privilégio do governo Dilma. Se o Serra fosse eleito, também teria um compromisso da mesma ordem. Entre os "altruístas" da Marina Silva, pode-se verificar pelas prestações de contas de campanha, que figura até uma importante indústria bélica!  Os parlamentares eleitos, também têm compromissos com financiadores de campanha de ordens similares, mas não vale estender esse assunto, porque massante e notório.
O leitor pode estar se perguntando, então nenhum político é confiável?
Os políticos poderiam até ser confiáveis,  (outra condicional)se submetidos a um outro  processo eleitoral.
De nada adiantará o financiamento público dessas campanhas, como se cogita. O buraco é bem mais embaixo. Mais importante que isso é a instituição de candidaturas avulsas, pois se o financiamento público passar, haverá quem o fraude e quem o corrompa. O candidato sem partido não estará ligado à bandeiras, mas totalmente comprometido com a parcela do eleitorado que o elegeu. Isto não é o ideal, mas é o melhor que se pode conseguir em um país continental e multicultural.
A partir de uma reforma política séria, pode-se buscar uma maior conscientização política individual e, consequentemente os cidadãos passarão a integrar uma república, por mais paradoxa que pareça essa afirmação.
O cidadão brasileiro não pode continuar a votar no melhor marqueteiro. O povo precisa aprender a votar pela melhor gestão da "coisa pública" para que seus eleitos nunca se esqueçam que os donos do país são os que votam neles e não os senhores "altruístas". Estes, em sua maioria, sequer vão às urnas.